Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda

10/12/2016 Isabela Bracher 0 Comments

(amanhã velho será, velho será, velho será! A menos que o coração, que o coração sustente, a juventude que nunca morrera!)
    E aí, Chuchus! Sim, eu sei, mais uma semana sem post meu, mas dessa vez eu tenho um monte de desculpas.
    Primeiro: meu irmão quebrou o pé. Três semanas atrás. E levou duas semanas pra ir ao hospital. Ele ficou 14 dias pulando de um lado pro outro com o pé quebrado falando que nem tava doendo. E então ele finalmente decidiu que era hora de ir ver o que tinha de errado, bem no dia do aniversário da minha mãe.
    Que é o outro motivo: o aniversário da minha mãe. Passei boa parte do fim de semana passado fazendo o almoço de domingo (que aliás vai ter post também porque eu e a Gabi não conseguimos parar de pensar em coisas pra postar aqui, mesmo que nunca postemos essas coisas de verdade).
    Também tive vários incidentes com o meu gato. Agora ele acorda às 5 da manhã e não me deixa mais dormir. E semana passada, além de ficar mordendo meus pés, esse senhor ainda subiu na estante da sala, abriu a portinha de vidro e derrubou a caneca do meu irmão, que a gente deixava lá de enfeite. Sim, meu gato subiu na estante, abriu a portinha de vidro e deliberadamente derrubou a caneca, que se quebrou em milhares de pedacinhos no chão. Às 6 da manhã. E adivinha quem fui a trouxa que teve que limpar tudo.
    Além disso, também tive o Misterioso Caso do Olho Inchado, que foi basicamente isso. Meu olho esquerdo ficou inchado de repente. De manhã parecia que eu tinha tomado um soco, mesmo não estando roxo, e de noite voltava quase ao normal. Três dias em que eu não sabia se meu olho ia cair ou não.
    E finalmente, LUKE CAGE!!!
    Eu pensei em fazer um post sobre a série, mas sinceramente nem sei por onde começar. Só digo uma coisa: Claire Rainha da minha vida. E digo mais: Luke Rei do meu mundo. E só mais isso: Misty Imperatriz da porra toda.
    E também consegui fazer um café coado bom três vezes seguidas!! Isso é uma vitória pra mim porque meu café é horrível.
   Mas enfim. Não vim aqui pra me desculpar (mesmo eu já tendo feito muito isso). Vim pra celebrar essa data tão importante! Hoje, Dia das Crianças! (na verdade dia de Nossa Senhora Aparecida, mas não vamos nos prender aos feriados católicos incluídos arbitrariamente no nosso calendário juliano)

    É comprovado que crianças que tiveram contato com livros desde muito cedo, seja porque os pais leem muito, ou porque leem pra criança, ou simplesmente porque há muitos livros em casa, aprendem a ler e escrever mais facilmente, além de desenvolverem vocabulário mais extenso e conseguirem se comunicar mais claramente quando mais velhas. Ler pra crianças, além de incentivar a criatividade e a imaginação, é um investimento no futuro. E por, trago-lhes dicas de livros infantis que você pode presentear os pequeninos à sua volta! Livros que eles podem ler sozinhos, ou que você pode ler pra eles e transformar essa experiência em uma oportunidade de criar laços que vão durar pra sempre!


# Alice no País das Maravilhas
    Esse foi um dos primeiros livros “grandes” que eu li. Fiquei bem impressionada quando terminei de ler o livro de cento e poucas páginas em três dias. Aquilo era muito rápido pra mim. Na verdade eu já tinha me impressionado muito lendo um livro que eu precisei usar um marca-páginas pra poder continuar no dia seguinte porque, na minha cabeça, eu ia esquecer tudo o que tinha lido. Me senti bem adulta.
    Mas enfim. Todo mundo conhece a história da menina que segue o coelho no buraco e vai parar num lugar muito estranho. Há muitas teorias sobre as influências que o livro pode fazer nas crianças, psicologicamente e inconscientemente, mas vamos deixar isso de lado e nos focar no mais simples: é uma história cheia de coisas estranhas, com animais e cartas de baralho que falam e rainhas que mandam cortar a cabeça. Esses são elementos que prendem muito a atenção das crianças e realmente dão a sensação de que qualquer coisa pode acontecer na história.
    Se você ainda não leu, talvez essa seja a oportunidade de fazê-lo com seu filho/a, sobrinho/a, primo/a, vizinho/a, crianço/a, etc.

#Peter Pan
    Li o livro quando já tinha assistido ao filme de 2003 (ótimo filme aliás, muito bom, recomento muito), e tinha assistido às animações. Ainda assim, ler o livro foi uma sensação diferente.
    Além dos aspectos de “eu estou lendo um livro uuuh como eu sou adulta”, teve toda a narrativa da história, que não é tão infantil quando as adaptações fazem parecer. Sim, o livro é infantil, mas não infantilizado. Tem mais drama, aventura, e há momentos em que a esperança parece realmente perdida. O que faz completo sentido, já que a história é justamente sobre crescer e perder um pouco da inocência da infância.
    Claro que quando lemos nos identificamos com o Peter e pensamos “claro que eu sou como ele, nunca vou crescer e virar um adulto”, mas não é essa a mensagem. A mensagem é que todos temos que crescer, mas não precisamos virar pessoas completamente diferentes quando isso acontece.
    Mas claro que as crianças gostam mais das partes com as sereias, navios e índios.


# Marcelo Marmelo Martelo
    Esse livro tá na lista porque é um dos livros infantis mais fofos que já li. É o tipo de história escrita pra tratar de um tema muito recorrente na infância. No caso, Marcelo não concordava com os nomes dados às coisas.
    Esse é o tipo clássico de perguntas que as crianças fazem: por que cachorro chama cachorro? Por que a gente bota calça, mas calça bota? É, esse tipo de coisa que você ouve num domingo e fica pensando pro resto da vida.
    Esse livro mostra que realmente às vezes as coisas são chamadas assim simplesmente porque sim, mas que é muito importante ter um padrão de linguagem pra que possamos nos comunicar eficazmente com as outras pessoas. Sim, essa é basicamente a mensagem do livro. Extremamente importante.

#Goosebumps

    A série de terror que toda escola tinha. São tantos livros e tantas histórias que não dá nem pra catalogar. Temos vampiros, lobisomens, fantasmas, histórias de sequestro, assassinato, desaparecimento, e tudo mais que você conseguir imaginar. Elas trazem também lições pra crianças, mas são sutis e fazem tanto parte do contexto da história que, na maioria das vezes, as crianças assimilam e nem percebem que foi do livro que tiraram esses ensinamentos. São coisas como não tire conclusões precipitadas, não julguem pessoas que não conhecem, não desobedeçam os pais, não vão onde te falaram pra não ir. Coisas que toda criança ouve, e insiste em não cumprir, e que são melhores aprendidas num contexto lúdico com personagens com os quais ela se identifica, do que em uma situação real e potencialmente perigosa.
    E temos as variações nas séries e no filme recente, que sinceramente me recuso a assistir.

#Vagalume

    Outra série de mistério e suspense da nossa infância, mas dessa vez totalmente BR. Acho a Vagalume um pouco mais “adulta” que a Goosebumps. Os mistérios são mais reais, e as crianças parecem correr perigo mais real, o que é algo que eu particularmente gostava muito.
   Temos os clássicos O Escaravelho do Diabo, que recentemente virou filme (que eu ainda não vi, mas quero muito), O Mistério do Cinco Estrelas, A Ilha Perdida, entre muitos outros. São filmes de mistério de verdade, que não subestimam a criança nem sua capacidade de desvendá-los. O que era uma coisa completamente nova na época em que os livros começaram a ser publicados, e que ainda hoje faz com que a série seja uma das mais conhecidas no país.

#A Bolsa Amarela

    Percebeu que eu quase sempre falo das lições que o livro traz? Quase sempre sutis o suficiente só para que a criança as assimile, mas sem perceber que aquilo é realmente uma lição? Pois é, isso não acontece na Bolsa Amarela.
    Li já no fim da faculdade, e me impressionei muito. Talvez as lições parecessem realmente sutis se eu tivesse lido aos 10 anos, mas aos 21 tudo aquilo parecia muito claro. E incrível.
    É um livro sobre uma criança tendo uma crise na vida. Realmente uma crise. Uma criança com tanta criatividade, com tanta vontade de fazer as coisas que ela sentia uma necessidade física de botar tudo aquilo pra fora. É tanta criatividade que choca. E não só a crise criativa, como a crise que ela passava por ser criança, e por ser menina, e por não ser levada a sério. São coisas que os adultos muitas vezes não pensam sobre, mas que as crianças realmente sofrem.
   Além de ser um livro muito importante pra crianças que o leem, é muito importante pros adultos que entendem todas as problemáticas descritas. Então, se você é um adulto que tira sarro das brincadeiras das crianças, ou que grita pras meninas se comportarem como “mocinhas”, ou que simplesmente tenta podar a criatividade dos pequeninos, talvez você também devesse ler esse livro.

#Crônicas de Nárnia

   Uma daquelas séries que você cresce junto com os personagens. Acho incrível como as temáticas em As Crônicas de Nárnia amadurecem. Começamos com duas crianças explorando um mundo desconhecido e cheio de mágica, depois vemos como aquela pequena aventura afetou aquele mundo incrível, e no fim demos uma luta de poder com macacos e burros fingindo serem divindades. Sério, é um desenvolvimento gradativo que você só percebe o quanto evoluiu quando chega no final. Como quando as crianças só percebem o quanto cresceram em um ano quando vão colocar aquela calça no inverno e a barra para quase no meio da canela.
    Também temos a melhor adaptação de livro infanto-juvenil (com O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupas) e a pior adaptação de livro infanto-juvenil (com A Viagem do Peregrino da Alvorada). Versatilidade, né gente.


#Harry Potter

    Claro que não podia faltar. CLARO que não. Esses são livros que todo mundo deveria ler, independente da idade, mas realmente é especial crescer junto com o Harry.
    O diferencial dos livros é o amadurecimento dos personagens, que acompanha muito as temáticas dos livros. Não é raro ter séries de livros onde isso acontece, mas em Harry Potter isso parece muito mais natural. Além disso, vários outros temas são tratados nos livros, como o abandono afetivo que muitas crianças sofrem e muitas vezes é ignorado porque ela não passa por necessidades materiais, o abuso de poder de alguns professores (como o Harry, que sempre teve comida e roupas, mas era tratado e forma totalmente diferente ao Duda), a manipulação da mídia em questões importantes (como a Rita Skeeter manipulando de toda forma possível os eventos no Torneio Tribruxo, e depois a própria vida do Dumbledore na biografia que ela escreveu. Aliás, JK bem que podia escrever isso né!), como nem sempre o governo está certo, ou quer o que é mais importante para a população (como Cornélio Fudge ignorando completamente a volta de Voldemorte, e punindo Harry por dizer que ele está de volta), e que “rivalidade” nem sempre quer dizer “inimigos” (como o fato de que todos os participantes do Torneio Tribruxo terem desenvolvido um laço de companheirismo durante o Torneio, apesar das intrigas que Rita tentou plantar).
    Esses são temas que muita literatura adulta falha em tentar transmitir, e que Harry Potter consegue desenvolver sem problemas.

    Além disso, temos também uma ótima iniciativa do Itaú, o Itaú Criança, que todo ano distribui livros infantis grátis pra quem fizer o requerimento. Peço livros a 4 anos, e á estou montando uma pequena biblioteca que com certeza vai fazer meus aluninhos muito felizes.



    Enfim, essas são minhas recomendações. Se é tarde demais pra um programa de Dia das Crianças, sempre temos Natal, aniversário, ou simplesmente um fim de semana livre. O que importa realmente é incentivar a leitura, e dar um bom exemplo.

    E vocês? Quais são os livros que vocês liam quando eram criança e quais recomendaria nessa data tão especial pros pequeninos?

You Might Also Like

0 comentários: