Rogue One: a maior História Star Wars que você respeita
E aí, Chuchus!! É, eu sei que prometi (ou melhor, disse que ia fazer) um post
sobre Animais Fantásticos e Onde Habitam, mas sinceramente, o post ia ser
basicamente eu falando sobre o Colin Farrell, e como eu estou indignada com o
Johnny Depp sendo Grindewald. Sério, semanas depois de ter assistido o filme e essa
ainda é a coisa que sempre me vem à cabeça quando penso nele. Colin Farrell
merecia mais que isso.
Mas enfim. Como eu disse, não vou falar sobre Animais
Fantásticos, como vocês devem ter percebido pelo título.
Sim, amigos, vou falar de Rogue One! O filme que restaurou
minha fé no mundo! Que realinhou os planetas, acabou com o Aquecimento Global,
e... É, não fez nada disso, porque minha fé no mundo ainda é inexistente, mas
definitivamente foi a melhor coisa que aconteceu nos últimos meses.
LEMBRANDO QUE ESSE POST TEM UM MONTÃO DE SPOILERS, ENTÃO ESTEJA AVISADO.
Vou começar falando que, se você viu os trailers e acha que
já sabe o filme todo, não se preocupe, quase nada de lá está no filme. O que
pra mim é um ponto positivo porque eu sempre gosto de ser surpreendida.
Outro ponto importante é que Rogue One parece mais um filme
de guerra no espaço do que uma fantasia espacial, como os outros filmes do
universo Star Wars.
Uma das melhores coisas do filme foi justamente mostrar que
aquilo é uma guerra, e que os dois
lados possuem soldados. Já vimos com o Finn que nem todo mundo do “lado de lá”,
do lado sombrio da força, é realmente mal, mas em Rogue One podemos ver que nem
todo mundo do “lado de cá” é um santo.
Logo no começo vemos Cassian Andor cometendo um ato no
mínimo discutível, e no decorrer do filme percebemos que esse ato não foi uma exceção.
Cassian já teve que fazer muitas coisas das quais ele discordava pela Aliança e
à mando da Aliança.
(vamos parar um segundo pra admirar e agradecer a existência de Diego Luna, por favor, obrigada)
Além dele, temos Saw Guerrera, um extremista que nem a
própria Aliança quer manter contato. Tudo isso ajuda a formar a ideia de que,
numa guerra, todos lutam por uma ideologia, e que mesmo que essa ideologia seja
“a correta”, esses soldados fizeram coisas ruins, e tem que conviver com isso.
Galen Erso foi forçado a voltar para o Império, e fez tudo o que pôde para acabar com a guerra.
Jyn Erso, por sua vez, filha de um homem muito importante no Império e
que foi criada por um rebelde por anos, foi afetada pela guerra a um ponto em
que simplesmente não queria se envolver, até que foi trazida para o meio disso
tudo não pelo que acredita ser certo ou errado, mas pra tentar salvar e proteger
alguém que ama, seu pai.
A guerra, não só levando em conta as ações e ideologias dos
personagens, também é mais explicita visualmente. Algo que tivemos já em
Despertar da Força foram os Troopers com suas armaduras sujas e amassadas. Isso
aumenta ainda mais a sensação de que eles estão no meio de uma guerra, que eles
lutam, se sujam, são atingidos e morrem.
Também temos no filme uma relação diferente com a Força. Ela
é vista não como uma força mística, que não se sabe se existe ou não, e sim
como uma religião. Isso é algo que foi implícito nos outros filmes, mas como
sempre acompanhamos a história do ponto de vista dos jedis que realmente sabem
que a Força existe, não pudemos ver como é quando se acredita nela como uma
força superior, onipotente e onipresente, como podemos ver com Chirrut e Baze.
E como ter um filme de Star Wars sem um droide? C3PO e R2D2
aparecem rapidamente durante o filme, mas quem rouba a cena é K-2SO. Esse é o
droide com mais personalidade até agora. E com personalidade eu quero dizer
sarcasmo e mal humor. Um contraste bem grande se comparado com o BB8, que
parecia um filhotinho.
O vilão do filme também foi bem construído. As motivações
foram estritamente profissionais: o cara queria impressionar o chefe e o chefe
do chefe, e depois ficou bem puto quando o chefe tentou roubar a ideia dele na
hora de apresentar pro chefe. O Império tem uma hierarquia de poder que
simplesmente não existe na Aliança Rebelde, e nem na Resistência: enquanto no
Império e na Nova Ordem você tem subordinados que tem subordinados e um precisa
se reportar a outro até chegar em uma figura de poder que quase ninguém nem
sabe da existência, na Aliança e na Resistência qualquer um que chega à base
pode falar o que quiser. Isso é uma boa forma de mostrar como funciona em
teoria um governo ditatorial e uma democracia aberta.
Além desses pequenos detalhes, que adicionam profundidade à
série de filmes (comento sobre os filmes porque o ainda existe o universo estendido),
temos também as adições práticas aos acontecimentos.
Detalhes que antes eram considerados erros na trilogia
clássica, agora foram reparados. O erro grotesco na Estrela da Morte, que
possibilitou à Aliança destruir a maior arma do Império, não foi um erro
grotesco e sim uma falha feita propositalmente pra que ela pudesse ser
destruída. Era algo facilmente perceptível pra quem soubesse o que está
procurando, mas que ninguém perceberia se não soubesse de sua existência.
Até a chegada de R2 e C3PO à Tatooine, que antes parecia
apenas uma coincidência, agora é algo planejado por Bail Organa, um dos muitos
easter eggs que apareceram durante o filme e que ajudam a ligar Rogue One à Uma
Nova Esperança. Aliás, é uma ligação quase perfeita: um filme termina, e o outro
começa uns 10 minutos depois, cronologicamente.
E chegando ao fim do filme, eu já tinha certeza de que seria
isso que aconteceria, porque logo em Uma Nova Esperança já tinham feito
homenagens aos soldados que morreram pra conseguir as plantas da Estrela da
Morte, mas ainda assim foi triste ver tudo aquilo acontecendo. Em partes duvidei
que fosse mesmo acontecer por causa da produção da Disney, que é extremamente
influente nos novos filmes de Star Wars, mas fico feliz por terem permitido
isso. Nenhum outro final teria sido melhor que esse.
E no finalzinho finalzinho, temos ele, o grande Darth Vader,
mostrando seu poder de uma forma que ainda não tinha sido mostrada, e que
dificilmente será mostrada um dia (a não ser que apareçam mais e mais spin
offs, o que provavelmente acontecerá).
Essa foi a primeira vez que vimos Darth Vader, o próprio
Darth, mostrar sua habilidade com a Força e com o sabre de luz. Antes era
possível ver que todos tinham medo de seu poder, e ele realmente mostrava
enforcando uns e outros com a Força, mas ele ainda não tinha mostrado o que
podia fazer em uma luta corpo-a-corpo onde ele realmente queria matar alguém e
não poupou esforços pra isso – não que ele precisasse se esforçar porque aquilo
foi muito fácil pra ele.
Meu único problema foi a falta de desenvolvimento dos
personagens. Eles não pareciam ter criado um laço significativo o suficiente
durante o filme, e mesmo os que já se conheciam a muito mais tempo, como o
Chirrut e o Baze, e o Saw e a Jyn, não pareciam ter um laço forte o suficiente
em cena. E isso é particularmente ruim pra alguns personagens, que não tiveram
nada de backstory e realmente dependiam de um desenvolvimento durante o filme –
o que não aconteceu.
(vamos agradecer também a existência de Riz Ahmed, por favor, obrigada)
Não foi erro do elenco, foi erro do filme. Foi muito rápido
nesse aspecto. Por outro lado, pode ter sido o sentimento que os próprios
personagens tinham de que aquele poderia ser o dia em que eles morreriam, e que
não valia a pena se apenar a ninguém, nem aos outros Rebeldes. Cassian
definitivamente parecia encarar as coisas desse jeito.
Ainda assim, um desenvolvimento maior nas relações entre
eles com certeza faria com que o final fosse mais triste.
Mas nada disso fez com que eu gostasse menos do filme. Ele
está lá em cima na minha lista de filmes favoritos do ano. Definitivamente o
melhor que eu postei aqui no blog. Na escala Star Wars, está muito acima de
Despertar da Força (mesmo eu ainda achando aquele filme muito bom), e
possivelmente sendo meu filme favorito do universo Star Wars. Dou 4,75 chuchus
porque acho que 5 é uma nota alta demais pra qualquer filme.
Enfim. Essa é minha “resenha”, e possivelmente ultimo post
do ano. Em poucos dias os DVDscr do Oscar começam a sair, e aí começa a minha
saga nesse novo projetinho do blog, e aí vão ter MUITOS posts!
E é isso, Feliz Natal, e se eu não voltar até lá, Feliz Ano
Novo, e que 2017 seja melhor que 2016 (mesmo eu duvidando muito que possa ser
pior).