#ProjetoOscar - Animais Noturnos (review)
E aí, Chuchus!
Sim, mais um post antes do fim do ano, e o primeiro do #ProjetoOscar.
Como acho que deve
ser fácil de perceber, essa série vai tratar sobre o Oscar. Vamos escrever
sobre os filmes nomeados (ou possivelmente nomeados), além de trazer
curiosidades sobre o evento e sobre técnicas de filmes. Hoje trago um post
sobre um dos filmes possivelmente indicados pro Oscar, lembrando sempre que esse
post possui spoilers, então se não quiser ver nenhum spoiler, pode parar logo
depois da fichinha técnica.
NOCTURNAL ANIMALS – ANIMAIS NOTURNOS
DIREÇÃO: Tom Ford
ROTEIRO: Tom Ford (adaptado); Austin Wright (original: Tony and Susan)
ROTEIRO: Tom Ford (adaptado); Austin Wright (original: Tony and Susan)
ELENCO: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron
Taylor-Johnson, Isla Fisher, Armie Hammer.
DURAÇÃO: 1 hr 56 mins.
DURAÇÃO: 1 hr 56 mins.
IMPRESSÕES: esperava mais. Bom filme, mas não surpreende.
POSSÍVEIS INDICAÇÕES: Melhor diretor (Tom Ford); Melhor Ator
(Jake Gyllenhaal como Edward/Tony); Melhor Ator Coadjuvante (Aaron Taylor-Johnson
como Ray).
NOTA: 3,5/5.
O filme, baseado no livro Tony and Susan de Austin Wright, conta com
basicamente 3 narrativas: a história de Susan no presente, lendo o livro; a
história contada no livro; e a história do relacionamento entre Susan e Edward.
As histórias não são confusas, dá pra saber muito bem o que é o que, em grande parte pela diferença visual que há entre essas três narrativas.
Susan parece uma
pessoa extremamente incompleta, não porque falta algo na vida dela
especificamente, mas porque ela parece nunca estar lá realmente. Ela tem
contato com pouquíssimos personagens durante o filme, e esses contatos são
breves e superficiais, inclusive com o marido. Ela também muda drasticamente,
passando de não querer ser como a mãe, e se tornando exatamente o que a mãe
disse que ela seria no futuro em um curto espaço de tempo.
Já Edward nem
parecia um personagem. Ele apareceu somente nos flashbacks que contam sobre seu
relacionamento com Susan, e mesmo nesses flashbacks pouco dá pra saber sobre
ele. Sabemos que ele se sente satisfeito com uma vida simples e tranquila, e
que sua escrita é o mais importante. Esse, ao que parece, foi o maior motivo de
discórdia entre ele e Susan.
E então temos o
livro, que é de longe o mais interessante do filme. Essa é uma história
puramente de vingança. Tony viajava com a família quando eles foram abordados
por Ray e os companheiros. Ray é um personagem grotesco, violento, assassino,
debochado, que se acha no direito de fazer tudo o que fez. Tony quer justiça
pelo que aconteceu com a filha e a esposa, quer que Ray principalmente pague
pelo que fez. Ele é ajudado por Bobby, um policial que parece querer justiça a
qualquer preço, principalmente por saber que está morrendo e que aquele será
seu ultimo caso. Mas depois Tony percebe que a justiça não é eficaz, e que o
que ele precisa é de vingança.
Essa é a história
do relacionamento de Edward e Susan.
Susan é Ray. Susan
matou a esposa com quem Edward se casou, assim como o filho ou filha que eles
teriam. Na cabeça de Edward, Susan é grotesca, violenta, assassina, debochada,
e se acha no direito de fazer o que fez. Por isso a história afeta Susan
daquela maneira: ela se vê pelos olhos do ex-marido. Depois de todos esses
anos, Edward ainda estava escrevendo sobre ele mesmo.
Escrever aquele
livro era a forma de Edward conseguir sua vingança. No livro, ele matou Ray da
forma como ele acha que deveria ter acontecido, e depois se matou
acidentalmente. Aquele Edward, casado com Susan, que buscava vingança, morreu
quando o livro acabou. Aquela pessoa não existe mais. E, de alguma forma, todos
continuam “vivos” no livro. E a cereja em cima do bolo foi justamente o bolo
que Edward deu em Susan na cena final. Se havia alguma dúvida de que aquele
livro tinha sido escrito para ela e sobre
ela, foi esclarecida quando Edward se recusou a aparecer no jantar.
Mas como está
Edward atualmente, depois do livro escrito e publicado? Não é relevante. O importante
pra ele não era mostrar como ele agora é um sucesso, como ele conseguiu algo
que ela achava que seria impossível, e sim mostrar pra Susan o que ele realmente
pensa dela, e fazer com que essa história, essa versão sobre ela, a acompanhe
como um fantasma.
No fim, achei o
filme na média. Não excedeu minhas expectativas. Se levar alguma indicação,
acho que será por direção, simplesmente por ser Tom Ford, ou por atuação. Jake
Gyllenhaal fez um trabalho incrível, mas não chegou ao nível de O Abutre, por
exemplo, então não acho que seja uma indicação garantida. Quem merece muito é
Aaron Taylor-Johnson, mas acho difícil que ele seja indicado. Se Amy Adams for
indicada esse ano (e provavelmente será), não vai ser por esse filme.
No mais, indico
pra quem gosta de suspense e histórias de vingança. Ainda assim, há filmes
melhores do gênero, como Os Suspeitos.
Mas no mais, no
mais, recomento mais ainda que assistam e tirem suas próprias conclusões, ou
que comentem aí em baixo o que acham do filme.
Vejo vocês na
próxima!