#ProjetoOscar - Animais Noturnos (review)

12/30/2016 Isabela Bracher 0 Comments

    E aí, Chuchus! Sim, mais um post antes do fim do ano, e o primeiro do #ProjetoOscar.
    Como acho que deve ser fácil de perceber, essa série vai tratar sobre o Oscar. Vamos escrever sobre os filmes nomeados (ou possivelmente nomeados), além de trazer curiosidades sobre o evento e sobre técnicas de filmes. Hoje trago um post sobre um dos filmes possivelmente indicados pro Oscar, lembrando sempre que esse post possui spoilers, então se não quiser ver nenhum spoiler, pode parar logo depois da fichinha técnica.

NOCTURNAL ANIMALS – ANIMAIS NOTURNOS



DIREÇÃO: Tom Ford
ROTEIRO: Tom Ford (adaptado); Austin Wright (original: Tony and Susan)
ELENCO: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Isla Fisher, Armie Hammer.
DURAÇÃO: 1 hr 56 mins.
IMPRESSÕES: esperava mais. Bom filme, mas não surpreende.
POSSÍVEIS INDICAÇÕES: Melhor diretor (Tom Ford); Melhor Ator (Jake Gyllenhaal como Edward/Tony); Melhor Ator Coadjuvante (Aaron Taylor-Johnson como Ray).
NOTA: 3,5/5.

    O filme, baseado no livro Tony and Susan de Austin Wright, conta com basicamente 3 narrativas: a história de Susan no presente, lendo o livro; a história contada no livro; e a história do relacionamento entre Susan e Edward. As histórias não são confusas, dá pra saber muito bem o que é o que, em grande parte pela diferença visual que há entre essas três narrativas. 
    Susan parece uma pessoa extremamente incompleta, não porque falta algo na vida dela especificamente, mas porque ela parece nunca estar lá realmente. Ela tem contato com pouquíssimos personagens durante o filme, e esses contatos são breves e superficiais, inclusive com o marido. Ela também muda drasticamente, passando de não querer ser como a mãe, e se tornando exatamente o que a mãe disse que ela seria no futuro em um curto espaço de tempo.
    Já Edward nem parecia um personagem. Ele apareceu somente nos flashbacks que contam sobre seu relacionamento com Susan, e mesmo nesses flashbacks pouco dá pra saber sobre ele. Sabemos que ele se sente satisfeito com uma vida simples e tranquila, e que sua escrita é o mais importante. Esse, ao que parece, foi o maior motivo de discórdia entre ele e Susan.
    E então temos o livro, que é de longe o mais interessante do filme. Essa é uma história puramente de vingança. Tony viajava com a família quando eles foram abordados por Ray e os companheiros. Ray é um personagem grotesco, violento, assassino, debochado, que se acha no direito de fazer tudo o que fez. Tony quer justiça pelo que aconteceu com a filha e a esposa, quer que Ray principalmente pague pelo que fez. Ele é ajudado por Bobby, um policial que parece querer justiça a qualquer preço, principalmente por saber que está morrendo e que aquele será seu ultimo caso. Mas depois Tony percebe que a justiça não é eficaz, e que o que ele precisa é de vingança.
    Essa é a história do relacionamento de Edward e Susan.
    Susan é Ray. Susan matou a esposa com quem Edward se casou, assim como o filho ou filha que eles teriam. Na cabeça de Edward, Susan é grotesca, violenta, assassina, debochada, e se acha no direito de fazer o que fez. Por isso a história afeta Susan daquela maneira: ela se vê pelos olhos do ex-marido. Depois de todos esses anos, Edward ainda estava escrevendo sobre ele mesmo.
    Escrever aquele livro era a forma de Edward conseguir sua vingança. No livro, ele matou Ray da forma como ele acha que deveria ter acontecido, e depois se matou acidentalmente. Aquele Edward, casado com Susan, que buscava vingança, morreu quando o livro acabou. Aquela pessoa não existe mais. E, de alguma forma, todos continuam “vivos” no livro. E a cereja em cima do bolo foi justamente o bolo que Edward deu em Susan na cena final. Se havia alguma dúvida de que aquele livro tinha sido escrito para ela e sobre ela, foi esclarecida quando Edward se recusou a aparecer no jantar.
    Mas como está Edward atualmente, depois do livro escrito e publicado? Não é relevante. O importante pra ele não era mostrar como ele agora é um sucesso, como ele conseguiu algo que ela achava que seria impossível, e sim mostrar pra Susan o que ele realmente pensa dela, e fazer com que essa história, essa versão sobre ela, a acompanhe como um fantasma.
    No fim, achei o filme na média. Não excedeu minhas expectativas. Se levar alguma indicação, acho que será por direção, simplesmente por ser Tom Ford, ou por atuação. Jake Gyllenhaal fez um trabalho incrível, mas não chegou ao nível de O Abutre, por exemplo, então não acho que seja uma indicação garantida. Quem merece muito é Aaron Taylor-Johnson, mas acho difícil que ele seja indicado. Se Amy Adams for indicada esse ano (e provavelmente será), não vai ser por esse filme.
    No mais, indico pra quem gosta de suspense e histórias de vingança. Ainda assim, há filmes melhores do gênero, como Os Suspeitos.
    Mas no mais, no mais, recomento mais ainda que assistam e tirem suas próprias conclusões, ou que comentem aí em baixo o que acham do filme.
    Vejo vocês na próxima!


You Might Also Like

0 comentários: