#ProjetoOscar - Moonlight - Sob a Luz do Luar (review)
E aí, Chuchus! Estão prontos pra mais um post de Oscar? ESTAMOS CAPITÃO
Então vamos lá!!!
MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR - MOONLIGHT
Direção: Barry Jenkins
Roteiro: Barry Jenkins
(adaptação); Tarell Alvin McCraney (história)
Elenco: Mahershala Ali; Janelle
Monáe; Naomi Harris; Alex Hibbert; Ashton Sanders; Trevante Rhodes.
Duração: 1h 51min
Impressões: MUITO bom, mas podia
ser ainda mais.
Indicações: Melhor Filme; Melhor
Direção (Barry Jenkins); Melhor Ator
Coadjuvante (Mahershala Ali); Melhor Atriz Coadjuvante (Naomi Harris);
Fotografia; Roteiro Adaptado (Barry Jenkins);Edição; Trilha Sonora (Nicholas
Britell).
Moonlight conta a história de Chiron
em três períodos de sua vida, na infância, adolescência, e vida adulta,
enquanto ele tenta se encontrar no mundo. Essas três partes são muito distintas,
se dividindo realmente em três capítulos: Little, Chiron, e Black.
Em “Little” temos o começo de
sua relação com Juan e Teresa, e o início do vício de sua mãe. Também vemos
como, desde pequeno, a questão da homossexualidade é um problema no lugar onde
vive, mesmo que as próprias crianças não saibam o que é isso. E já nessa
primeira parte, podemos ver o começo dos sentimentos entre Kevin e Chiron.
Em “Chiron”, vemos sua
adolescência. Juan morreu – não sei se não foi explicado no filme, ou se eu
simplesmente não me lembro-, mas sua relação com Teresa continua forte. O vício
de sua mãe piorou ao ponto em que ela pega o dinheiro do filho para comprar
drogas, e o bullying que sofria, já de criança, apenas piorou. E vemos os
sentimentos de Chiron e Kevin se intensificarem, até a cena da praia. E então,
quando Chiron decide tomar alguma atitude sobre a violência que sofre, ele é
preso – PORQUE JOGOU UMA FUCKING CADEIRA NAS COSTAS DO MALUCO LÁ, MANO, MELHOR
CENA.
E por fim temos “Black”, onde
vemos Chiron como um traficante de sucesso, mas ainda triste e solitário, que
mantém contato com Teresa e a mãe – enfermeira em uma clínica de reabilitação,
depois de já ter ela própria passado por lá. Ele recebe uma ligação de Kevin,
depois de todos esses anos, e resolve voltar para a cidade pra resolver
negócios inacabados.
O filme é único. Trata da
homossexualidade de Chiron, um homem negro da periferia em contato a todo tempo
com uma sociedade muito violenta, de forma muito delicada. O filme é sobre
Chiron, e não sobre o tráfico, ou sobre a violência na periferia, ou sobre como
as drogas destroem uma família. O filme é sobre ele, e segue o tempo dele. E
foi incrível, no final, ver toda a vulnerabilidade dele conversando novamente
com Kevin, depois de tanto tempo sem poder se abrir com ninguém sobre isso.
Mas em alguns pontos, achei que
o filme foi sutil demais. Emocionou, mas não emocionou tanto assim. Mostrou
momentos importantes, mas deixou outros tantos de fora. A relação dele com Juan
foi muito importante em sua vida, mas não vemos muito disso, temos que imaginar
que foi pela forma como se conheceram, e pelo fato de que mantiveram contato
por muito tempo – e que continuou em contato com Teresa. Mas não sabemos muito
sobre como foram os anos em que passaram juntos, nem da morte de Juan. Também
não sabemos como foi seu tempo na cadeia, que mesmo não sendo o objetivo do
filme adicionaria muito ao personagem, e nem sobre como é sua vida depois de
ter saído de lá.
As indicações em Fotografia,
Edição e Trilha Sonora foram muito merecidas - mesmo eu achando que La La Land
vá ganhar as três, principalmente Trilha Sonora porque né –, e o roteiro também
é muito bom – mesmo eu achando que A Chegada vá ganhar como Roteiro Adaptado.
Naomi Harris também fez um trabalho muito bom, mas ela tem muita concorrência
com Viola Davis a rainha e Michelle Williams, que também foi incrível em
Manchester à Beira Mar. O que eu boto mais da metade das minhas fichas (porque
Stalone me ensinou a não apostar tudo no Oscar) é no Mahershala Ali como Ator
Coadjuvante. Ele foi grande parte do motivo do relacionamento de Juan e Chiron
parecer tão verdadeiro e significativo, mesmo que tenha tido pouco tempo no
filme.
Sobre Melhor Filme, acho muito
difícil tirarem esse de La La Land porque esse é um filme de Oscar. Minha nota
geral é 4,1 porque eu realmente acho que o filme poderia ter sido mais. Ainda
assim, ficaria mais que feliz se ganhasse na categoria principal porque é um
filme de temática fora dos padrões do que geralmente é feito nos filmes LGBT –
pra começar, nenhum gay foi morto no filme, o que já é um baita progresso.