#ProjetoOscar - Manchester à Beira-Mar
E aí, Chuchus! Hoje é dia de que? Isso! mais posts sobre o Oscar! E agora é a vez de Manchester à Beira Mar!!
MANCHESTER À BEIRA-MAR - MANCHESTER BY THE SEA
DIREÇÃO: Kenneth Lonergan
ROTEIRO: Kenneth Lonergan
ELENCO: Casey Affleck; Michelle
Williams; Lucas Hedges; Kyle Chandler
DURAÇÃO: 2h 17min
IMPRESSÕES: Ééééhhh.
INDICAÇÕES: Melhor Filme; Melhor
Ator (Casey Affleck); Melhor Ator Coadjuvante (Lucas Hedges); Melhor Atriz
Coadjuvante (Michelle Williams); Melhor Roteiro Original (Kenneth Lonergan).
É uma história já conhecida:
quando o irmão morre, Lee precisa voltar para a cidade de Manchester (nos
Estados Unidos) pra cuidar dos preparativos do funeral, e do sobrinho Patrick,
agora órfão e completamente sozinho no mundo. Lee então descobre que foi escolhido
pelo irmão como guardião do sobrinho, sendo então responsável pela guarda do
menino até os 18 anos, assim como responsável por cuidar de sua herança, que
inclui a casa, um barco, e uma pequena quantia de dinheiro.
Mas Lee tem um passado
complicado, e só de voltar para a cidade onde não é bem-vindo já começa a ser
assombrado por ele. A perspectiva de ter que se tornar responsável pelo
sobrinho faz com que ele se feche ainda mais.
A verdade, contada em flashbacks
confusos pelo filme, é que Lee foi responsável pelo incêndio que matou os três
filhos pequenos, e que por muito pouco não matou também a ex-mulher. Ele se
culpa pelo incidente, assim como toda a cidade, e por isso não consegue manter
conexões com as outras pessoas, nem mesmo o sobrinho, de quem antes era muito
próximo.
E no fim, Lee não muda. Patrick
é adotado por um casal amigo da família – que já tem uns seis filhos pra criar
-, a casa seria alugada para ajudar nas despesas, e o barco continuaria sendo
de Patrick porque era basicamente a única coisa em sua vida agora que
apresentava alguma estabilidade. Patrick seria bem-vindo visitando o tio em seu
novo apartamento, em Boston.
É uma história emocional, que
exige muito de todos os envolvidos pra que a emoção seja passada, e pra mim,
não conseguiu. Os flashbacks não pareceram ser adicionados de forma orgânica e,
algumas vezes, pareceram confusos. Personagens como a mãe de Patrick não
tiveram um desenvolvimento, em um momento ela era a mãe e esposa preocupada com
a saúde do marido, na outra ela era uma bêbada incorrigível, na outra ela tinha
simplesmente fugido, e depois ela apareceu de novo na vida deles com uma nova
família. Também não é fácil fazer uma linha do tempo pra ver a ordem em que os
flashbacks ocorreram, e muito menos quanto tempo se passou entre eles e o
presente.
Além disso, a trilha sonora
pareceu exagerada e me tirou a emoção em várias cenas, como a cena em que Lee é
levado até a delegacia.
O filme foi indicado a Melhor
Filme, Melhor Ator (Casey Affleck), Melhor Ator Coadjuvante (Lucas Hedges),
Melhor Atriz Coadjuvante (Michelle Williams) e Melhor Roteiro Original. Não
acho que ganha Melhor Filme não só porque La La Land tá aí, mas porque o filme
não é memorável o suficiente pra ser o vencedor. Também acho que o roteiro
ganha de La La Land, e eu estou torcendo pra que, se outro filme ganhar, seja A
Lagosta (que eu vou escrever um pouquinho em um outro post).
Sobre as atuações, Casey foi o
típico Casey. Lee parecia apático, distante, sem muitas emoções. Combina com a
situação em que se encontra, mas pra mim continuou só sendo o Casey. Casey
ganhou vários prêmios na temporada, mas sempre devemos nos lembrar do Incidente
Stallone do ano passado. Além disso, Denzel ganhou o SAG ontem, então ele tem
grandes chances.
A surpresa boa foi Lucas Hedges,
que basicamente aguentou a metade dramática de grande parte do filme. E claro,
Michelle Williams, que não foi uma surpresa, mas que em pouquíssimas cenas já
conquistou a nomeação – com destaque a cena em que ela tenta se desculpar com
Lee, de longe a cena mais emocionante do filme pra mim. Mas ainda assim, não
acho que eles levem a estatueta.
No geral, acho que o filme foi
bom, mas não ótimo. Dou nota 3,7, longe de ser meu favorito na categoria de
Melhor Filme, mas um filme OK pra assistir.
PS: Temos sempre que nos lembrar
das duas vezes em que Casey teve que pagar centenas de milhares de dólares em
casos de assédio sexual de colegas de trabalho, ambas no mesmo filme, e em
ambos os casos ele teria se recusado a pagar o salário delas. Mas né, isso é a
vida pessoal e não deve influenciar a forma como você vê um filme.
Ate porque se você for num
restaurante e souber que o garçom assediou duas mulheres com quem trabalha, ou
que ele bateu na ex-mulher, ou que ele ficou perseguindo uma menina menor de
idade até ela aceitar sair com ele, isso não vai mudar em nada a forma como
você se sente naquele lugar. Não é mesmo.