#ProjetoOscar - Manchester à Beira-Mar

1/30/2017 Isabela Bracher 0 Comments

E aí, Chuchus! Hoje é dia de que? Isso! mais posts sobre o Oscar! E agora é a vez de Manchester à Beira Mar!!

MANCHESTER À BEIRA-MAR - MANCHESTER BY THE SEA


DIREÇÃO: Kenneth Lonergan
ROTEIRO: Kenneth Lonergan
ELENCO: Casey Affleck; Michelle Williams; Lucas Hedges; Kyle Chandler
DURAÇÃO: 2h 17min
IMPRESSÕES: Ééééhhh.
INDICAÇÕES: Melhor Filme; Melhor Ator (Casey Affleck); Melhor Ator Coadjuvante (Lucas Hedges); Melhor Atriz Coadjuvante (Michelle Williams); Melhor Roteiro Original (Kenneth Lonergan).

É uma história já conhecida: quando o irmão morre, Lee precisa voltar para a cidade de Manchester (nos Estados Unidos) pra cuidar dos preparativos do funeral, e do sobrinho Patrick, agora órfão e completamente sozinho no mundo. Lee então descobre que foi escolhido pelo irmão como guardião do sobrinho, sendo então responsável pela guarda do menino até os 18 anos, assim como responsável por cuidar de sua herança, que inclui a casa, um barco, e uma pequena quantia de dinheiro.
Mas Lee tem um passado complicado, e só de voltar para a cidade onde não é bem-vindo já começa a ser assombrado por ele. A perspectiva de ter que se tornar responsável pelo sobrinho faz com que ele se feche ainda mais.
A verdade, contada em flashbacks confusos pelo filme, é que Lee foi responsável pelo incêndio que matou os três filhos pequenos, e que por muito pouco não matou também a ex-mulher. Ele se culpa pelo incidente, assim como toda a cidade, e por isso não consegue manter conexões com as outras pessoas, nem mesmo o sobrinho, de quem antes era muito próximo.
E no fim, Lee não muda. Patrick é adotado por um casal amigo da família – que já tem uns seis filhos pra criar -, a casa seria alugada para ajudar nas despesas, e o barco continuaria sendo de Patrick porque era basicamente a única coisa em sua vida agora que apresentava alguma estabilidade. Patrick seria bem-vindo visitando o tio em seu novo apartamento, em Boston.
É uma história emocional, que exige muito de todos os envolvidos pra que a emoção seja passada, e pra mim, não conseguiu. Os flashbacks não pareceram ser adicionados de forma orgânica e, algumas vezes, pareceram confusos. Personagens como a mãe de Patrick não tiveram um desenvolvimento, em um momento ela era a mãe e esposa preocupada com a saúde do marido, na outra ela era uma bêbada incorrigível, na outra ela tinha simplesmente fugido, e depois ela apareceu de novo na vida deles com uma nova família. Também não é fácil fazer uma linha do tempo pra ver a ordem em que os flashbacks ocorreram, e muito menos quanto tempo se passou entre eles e o presente.
Além disso, a trilha sonora pareceu exagerada e me tirou a emoção em várias cenas, como a cena em que Lee é levado até a delegacia.
O filme foi indicado a Melhor Filme, Melhor Ator (Casey Affleck), Melhor Ator Coadjuvante (Lucas Hedges), Melhor Atriz Coadjuvante (Michelle Williams) e Melhor Roteiro Original. Não acho que ganha Melhor Filme não só porque La La Land tá aí, mas porque o filme não é memorável o suficiente pra ser o vencedor. Também acho que o roteiro ganha de La La Land, e eu estou torcendo pra que, se outro filme ganhar, seja A Lagosta (que eu vou escrever um pouquinho em um outro post).
Sobre as atuações, Casey foi o típico Casey. Lee parecia apático, distante, sem muitas emoções. Combina com a situação em que se encontra, mas pra mim continuou só sendo o Casey. Casey ganhou vários prêmios na temporada, mas sempre devemos nos lembrar do Incidente Stallone do ano passado. Além disso, Denzel ganhou o SAG ontem, então ele tem grandes chances.
A surpresa boa foi Lucas Hedges, que basicamente aguentou a metade dramática de grande parte do filme. E claro, Michelle Williams, que não foi uma surpresa, mas que em pouquíssimas cenas já conquistou a nomeação – com destaque a cena em que ela tenta se desculpar com Lee, de longe a cena mais emocionante do filme pra mim. Mas ainda assim, não acho que eles levem a estatueta.
No geral, acho que o filme foi bom, mas não ótimo. Dou nota 3,7, longe de ser meu favorito na categoria de Melhor Filme, mas um filme OK pra assistir.

PS: Temos sempre que nos lembrar das duas vezes em que Casey teve que pagar centenas de milhares de dólares em casos de assédio sexual de colegas de trabalho, ambas no mesmo filme, e em ambos os casos ele teria se recusado a pagar o salário delas. Mas né, isso é a vida pessoal e não deve influenciar a forma como você vê um filme.

Ate porque se você for num restaurante e souber que o garçom assediou duas mulheres com quem trabalha, ou que ele bateu na ex-mulher, ou que ele ficou perseguindo uma menina menor de idade até ela aceitar sair com ele, isso não vai mudar em nada a forma como você se sente naquele lugar. Não é mesmo.

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